Você sabe o que é a metodologia PBL? Já vimos aqui no Blog do Vestibular como funciona e qual o objetivo em sala de aula para o aluno. O PBL (Problem-Based Learning), ou Aprendizagem Baseada em Problemas, utiliza desafios práticos como ponto de partida para o aprendizado.

Essa metodologia promove o desenvolvimento de habilidades críticas, analíticas e colaborativas por meio da resolução de problemas reais ou fictícios.

Principais aspectos do PBL

  1. Foco no estudante
    Promove autonomia ao permitir que os alunos explorem os problemas.
     
  2. Aprendizado ativo
    Os participantes analisam, discutem e investigam para resolver os desafios propostos.

     
  3. Integração multidisciplinar
    Os problemas frequentemente demandam conhecimentos de várias áreas, incentivando uma visão integrada.

     
  4. Desenvolvimento de Competências
    Como pensamento crítico, trabalho em equipe e habilidades comunicativas.

Essa metodologia é amplamente utilizada também em áreas como medicina, engenharia e administração, promovendo aprendizado aplicado e maior retenção de conhecimento.

A experiência na Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP)

A professora Priscilla Tavares, da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), compartilha sua visão sobre a aplicação do PBL na graduação em Economia:

  • Objetivos: Proporcionar uma aprendizagem significativa, integrando teoria e prática.
     
  • Adaptação às disciplinas: Os problemas apresentados refletem situações reais enfrentadas por economistas, tornando o aprendizado mais intuitivo.
     
  • Engajamento dos alunos: Avaliação contínua e trabalho em grupo incentivam a participação ativa.
     
  • Desenvolvimento de habilidades: Comunicação, liderança e pensamento crítico são aprimorados.
     
  • Impacto no desempenho: Metodologias ativas promovem aprendizado significativo e retenção a longo prazo.

Apesar dos benefícios, a implementação do PBL exige esforço e adaptação de professores, alunos e instituições.

Confira a entrevista completa, abaixo com a professora.

  • Quais são os principais objetivos ao implementar o método PBL na graduação da FGV?

O PBL foi implementado no curso de graduação em Economia da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP) para promover aprendizagem significativa. Nosso objetivo é que os(as) estudantes do nosso curso aprendam os modelos e instrumentos da Economia de forma completa e complexa e que saibam aplicar esse conhecimento em diferentes situações e contextos. E, para isso, uma metodologia ativa de ensino como o PBL ajuda bastante.

  • Como o PBL é adaptado às disciplinas teóricas e práticas?

Tanto para disciplinas mais teóricas como para as matérias mais instrumentais, o material didático elaborado pelos(as) professores(as) aborda uma série de situações ou problemas enfrentados no dia-a-dia do trabalho do Economista. No caso das disciplinas teóricas, é muito legal ver como os(as) alunos(as) aprendem o conteúdo de forma mais intuitiva, ao utilizar um problema concreto.

  • Quais estratégias são utilizadas para garantir o engajamento dos alunos durante as atividades de PBL?

No nosso modelo, os(as) alunos(as) tem um incentivo muito claro para participar das atividades do PBL durante as aulas: o seu engajamento é acompanhado pelo(a) professor(a) e essa é uma parte importante da avaliação do(a) estudante ao longo do curso. Além disso, trabalhar em grupos com os(as) colegas para resolver problemas complexos é outra parte motivadora e engajadora do processo todo, já que eles(as) acabam discutindo os temas da Economia a partir de questões realistas da prática da profissão.

  • Como o método PBL impacta o desenvolvimento de habilidades como trabalho em equipe e pensamento crítico?

As metodologias ativas como o PBL têm um grande potencial sobre o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, de uma forma geral. Estudantes que são expostos(as) a essas práticas pedagógicas aprendem a se comunicar de forma efetiva, a trabalhar em grupo e a liderar. Além disso, aprimoram sua capacidade de raciocínio, análise e pensamento crítico. Isso tudo porque, com o PBL, o(a) estudante é desafiado a apresentar seus argumentos e ideias para solucionar um problema – o que exige que ele(a) desenvolva ou aprimore suas capacidades - e isso acaba fazendo parte do seu dia-a-dia.

  • Há evidências de melhoria no desempenho acadêmico ou no mercado de trabalho devido ao uso do PBL?

A pesquisa sobre efetividade de metodologias ativas mostra que elas têm um impacto sobre o que chamamos de aprendizado significativo, ou seja, para além do desempenho medido por avaliações tradicionais de curto prazo. Estudantes expostos(as) a metodologias ativas têm maiores chances de reter a informação na memória de longo prazo e de usar o conhecimento em diferentes situações, que é exatamente o que precisamos em um curso de formação profissional: ir além da decoreba para a prova do final do semestre.

  • Quais são os maiores desafios enfrentados na implementação do PBL na graduação?

A implantação do PBL na graduação exige um grande esforço por parte da instituição, dos(as) professores(as) e dos(as) alunos(as). Eu diria que o maior desafio é a mudança de paradigma para todos: uma nova forma de ensinar e uma nova forma de aprender. Por isso, é preciso um grande investimento em formação docente nas habilidades de facilitação do aprendizado. Da parte dos(as) estudantes, é necessário criar o hábito de estudar continuamente, com altas expectativas de aprendizagem. Trata-se de uma forma instigante e, ao mesmo tempo, exigente de ensinar e de aprender. É preciso esforço e motivação de todas as partes envolvidas.

Para saber mais sobre o a FGV EESP, acesse o site.

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