Para João Pedro Maier, Daniela Baptista, Gabriela Ferreira e Alyne Pereira, alunos de Administração da FGV, empreender e gerir vai além de números e estratégias.

É sobre transformar ideias em impacto e alinhar negócios com valores pessoais

Em um cenário de inovação constante e desafios globais, o administrador precisa ir além da gestão: é necessário visão estratégica, liderança responsável e capacidade de transformar ideias em impacto. No dia 9 de setembro, celebramos o Dia do Administrador, uma data que reforça o papel essencial desses profissionais na construção de organizações e sociedades mais sustentáveis. 

João Pedro Maier, da graduação em Administração de Empresas na FGV EPPG, Daniela Baptista, formanda de Administração de Empresas na FGV EAESP, Gabriela Ferreira, do curso de Administração Pública na FGV EPPG e Alyne Pereira, da graduação em Administração de Empresas na EBAPE, representam uma geração que une propósito, técnica e inovação para moldar o futuro da gestão. 

 
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- Descoberta do propósito 

Como você descobriu seu propósito profissional? Houve algum momento decisivo nessa jornada? 

João Pedro (FGV EPPG): Eu sempre tentei empreender desde o Ensino Médio. Experimentei e-commerce, dropshipping e infoprodutos, mas tinha dificuldade em estruturar os negócios. Quando entrei na FGV, tive uma virada de chave logo no primeiro semestre, em uma disciplina de empreendedorismo. No final da matéria, precisávamos apresentar um protótipo para investidores reais, e foi nesse momento que conheci o Alexandre, que hoje é meu sócio na Profplay. Essa experiência foi transformadora: entendi como se estrutura uma empresa e consolidei minha decisão de seguir no empreendedorismo. 

Daniela (FGV EAESP): Antes de entrar na FGV, minha trajetória apontava para a Medicina. Mas já sentia que minha carreira precisaria estar ligada a um propósito maior. Durante a graduação, tive contato com o tema de finanças sustentáveis em um projeto de iniciação científica, orientado pela professora Bianca Checon. Esse projeto me mostrou que era possível unir mercado financeiro e impacto social — e foi ali que encontrei meu propósito: estruturar operações financeiras que viabilizem projetos sustentáveis e transformadores. 

Gabriela (FGV EPPG): Descobri meu propósito profissional na FGV EPPG a partir de dois marcos: a presidência da Capital Consultoria Júnior, onde percebi meu perfil inconformista e minha vocação para desenvolver pessoas e processos; e as Expedições da disciplina Liderança para a Mudança, que reforçaram a importância do suporte e da colaboração. Essas experiências me mostraram que meu propósito é transformar realidades por meio da gestão, da liderança e do trabalho em conjunto. 

Alyne (FGV EBAPE): Durante a graduação, as disciplinas voltadas ao mercado financeiro despertaram meu interesse e aguçaram minha curiosidade sobre o setor. Sempre me identifiquei com a área de exatas, e a perspectiva de atuar mais próximo aos números me pareceu especialmente atraente. No entanto, foi no segundo ano da faculdade, durante uma visita a empresas em São Paulo, que tive a certeza de que gostaria de seguir carreira no setor financeiro. O ritmo dinâmico, aliado a uma cultura de desenvolvimento constante, se alinham perfeitamente ao meu perfil e às minhas ambições profissionais.   

Quais foram os principais desafios para alinhar seus talentos com seus valores pessoais?  

Gabriela (FGV EPPG): Meu maior desafio foi aprender a liderar mesmo em meio às minhas próprias dúvidas. Sempre tive prazer em estar à frente de projetos, mas precisei enfrentar a autocrítica e o receio de errar. Com o tempo, compreendi que liderar não é estar livre de inseguranças, e sim ter a capacidade de agir apesar delas. Um dos momentos mais marcantes dessa jornada foi quando decidi deixar Brasília, onde concluía minha formação, para retornar a Jaú e assumir responsabilidades na empresa da minha família. Essa escolha exigiu coragem, pois significava abrir mão de um caminho que parecia natural, para seguir um chamado que sempre existiu, mas que eu relutava em reconhecer. Essa experiência me mostrou que a verdadeira coragem não está na ausência de dúvidas, mas na decisão de seguir em frente, e que é justamente nos momentos de vulnerabilidade que acontecem os maiores aprendizados e crescimentos. 

Alyne (FGV EBAPE): Meu maior desafio foi encontrar uma área dentro do mercado financeiro que também me permitisse explorar minha criatividade. Apesar de ser uma pessoa analítica, com que goste de atuar com dados e números, acredito que a busca por soluções inovadoras e o desenvolvimento de ideias são, também, elementos essenciais para minha realização profissional.  

- Tecnologia e transformação profissional 

Como você percebe que a tecnologia está transformando sua área de atuação? 

João Pedro (FGV EPPG): Minha empresa hoje utiliza Inteligência Artificial para desenvolver anúncios e conteúdos de marketing. A tecnologia democratizou o acesso às ferramentas, mas o diferencial está em quem sabe aplicá-las com criatividade e estratégia. 

Daniela (FGV EAESP): No setor financeiro, a tecnologia trouxe avanços disruptivos. A digitalização, a inteligência artificial e até o blockchain têm ampliado a rastreabilidade e credibilidade das operações ESG. Isso possibilita estruturar dívidas sustentáveis com maior transparência, atraindo investidores globais e fortalecendo a confiança no mercado brasileiro. No setor bancário, a tecnologia vem impulsionando a emissão de dívidas com selo ESG por meio da padronização global (ICMA e LMA), do uso de inteligência artificial para monitorar impactos socioambientais e da aplicação de blockchain na tokenização de ativos. Essas inovações aumentam a eficiência, a rastreabilidade, a liquidez e a credibilidade, além de reduzir riscos como o greenwashing. 

Gabriela (FGV EPPG): Percebo a tecnologia como um grande facilitador da minha área de atuação. Ela agiliza tarefas que levariam horas, organiza informações de forma estratégica e amplia as possibilidades de análise e decisão. Isso torna o trabalho mais eficiente e mais digno, porque permite que as pessoas concentrem energia em atividades de maior impacto. Ao mesmo tempo, vejo um desafio: nem todas as organizações têm o mesmo acesso ou preparo para utilizar essas ferramentas. Isso gera desigualdades, reduz a competitividade e limita as condições de trabalho de muitos profissionais. Para mim, a tecnologia tem um enorme potencial transformador. O grande ponto é garantir que todos possam acessar e utilizá-la, para que o impacto positivo seja realmente coletivo. 

Alyne (FGV EBAPE): Atuo em uma área voltada para a inovação no mercado financeiro e, diariamente, observo como a tecnologia viabiliza o desenvolvimento de soluções que aprimoram a prestação de serviços, aumentam a agilidade no atendimento ao cliente, reduzem atividades operacionais e minimizam riscos, fator primordial quando se fala em prestação de serviços financeiros, pois erros podem ser altamente danosos. 

- O papel da FGV 

Como a FGV ajudou a moldar sua jornada profissional? 

João Pedro (FGV EPPG): A FGV é um verdadeiro ecossistema de negócios. Foi aqui que conheci meu sócio, entrei para o grupo GV Angels e tive contato com empreendedores que se tornaram parceiros e clientes. Esse ambiente é um diferencial único: abre portas e cria oportunidades reais de networking e negócios. 

Daniela (FGV EAESP): A FGV foi decisiva para minha formação. Além do aprendizado técnico, tive experiências práticas: intercâmbio em Viena, iniciação científica, fundação de uma startup e monitoria em disciplinas. Essas vivências me ajudaram a consolidar uma visão crítica, global e inovadora — que levo para minha atuação no mercado financeiro. 

Gabriela (FGV EPPG): A FGV me deu não só o conhecimento técnico de administração, mas também me proporcionou uma compreensão profunda de como a sociedade funciona. Mais do que teoria, foram as experiências práticas, os projetos em grupo e a vivência em empresas juniores que realmente me mostraram como aplicar o que aprendemos. Foi lá que eu aprendi a transformar ideias em resultados concretos.  

Alyne (FGV EBAPE): A formação na FGV foi fundamental para o meu desenvolvimento. O curso de Administração oferece uma formação holística, com foco no mercado de trabalho. Desde o primeiro ano, há uma ênfase no desenvolvimento das competências essenciais para atuar com excelência em um ambiente profissional. Com uma grade curricular variada e alinhada às demandas do mercado atual, sinto que adquiri os conhecimentos necessários para iniciar minha carreira. A preocupação da instituição em desenvolver não apenas habilidades técnicas, mas também postura profissional e senso crítico, foi essencial para o meu crescimento.   

Quais habilidades desenvolvidas na FGV foram essenciais para seu sucesso no mercado?  

Daniela (FGV EAESP): A FGV teve um papel fundamental ao aprimorar habilidades que eu já possuía, tornando-as mais alinhadas às exigências do mercado. Durante a graduação lapidei minha capacidade de comunicação, em português e inglês, devido às diversas oportunidades que tive para apresentar ideias e construir apresentações formais, dentro e fora de sala de aula. Trabalhei em grupos diversos, convivendo com pessoas de diferentes nacionalidades e formações, o que ampliou minha habilidade de integrar formas de pensar e executar. Também tive a oportunidade de me aprofundar na estruturação de projetos complexos em um período restrito de tempo, exercitando a priorização de atividades. Por último, os conteúdos ministrados pelos professores da FGV desenvolveram minha base sólida de conhecimento voltada à tomada de decisão embasada.  

Gabriela (EPPG): Liderança, empatia, senso coletivo e inconformismo. A FGV me ensinou a trabalhar em equipe de forma colaborativa, a enxergar além do óbvio e a questionar processos, sempre buscando melhorar e gerar impacto. Essas habilidades se tornaram meu diferencial em qualquer projeto ou posição que assumi.  

Alyne (FGV EBAPE): A diversidade de conteúdos me permite hoje enxergar as situações de forma sistêmica e, com base nisso, pensar em soluções, o que é uma habilidade indispensável para quem atua com projetos. Além disso, os aprendizados relacionados a estratégias de posicionamento e apresentação são muito úteis no meu dia a dia, principalmente em reuniões com clientes.  

Presença digital e posicionamento 

De que forma você percebe que é necessário se posicionar no mercado como "influencer" para ser notado? 

João Pedro (FGV EPPG): Não é necessário ser influenciador digital, mas sim construir uma marca pessoal sólida. O branding define como as pessoas lembram de você e abre espaço para oportunidades. A presença digital pode ser um complemento, mas o essencial está em como você se comunica, transmite credibilidade e gera valor nos círculos em que atua. 

Gabriela (FGV EPPG): Hoje, o mercado é muito visual e conectado. Não é só sobre ter competências, mas sobre mostrar o que você sabe e como você pensa. Posicionar-se com autenticidade, compartilhando experiências reais e aprendizados, ajuda a construir credibilidade e a atrair oportunidades que se alinham com quem você realmente é.  

Alyne (FGV EBAPE): No mercado de trabalho atual, o LinkedIn se consolidou como uma das principais ferramentas de posicionamento profissional. Considero extremamente importante aproveitar o potencial da plataforma para expor habilidades, compartilhar conquistas e estabelecer conexões com pessoas da sua área de atuação. Dependendo do setor, o Instagram também pode ser uma excelente vitrine. Por ser uma rede mais informal e descontraída, permite mostrar autoridade e experiência de forma autêntica, aproximando-se do público de maneira mais leve.   

Como você equilibra autenticidade e estratégia no seu posicionamento profissional?  

Alyne (FGV EBAPE): No meu caso, utilizo o LinkedIn como uma espécie de currículo virtual. Mantenho meu perfil sempre atualizado, registrando os principais acontecimentos da minha trajetória acadêmica e profissional, além de cadastrar minhas competências e experiências relevantes. Acredito que essa presença digital ativa é fundamental para quem busca visibilidade e boas oportunidades no mercado.  

- Aprendizado com profissionais experientes 

O que você aprendeu com profissionais mais experientes sobre a evolução da sua área? 

João Pedro (FGV EPPG): Aprendi que, no mercado, a velocidade importa. Não adianta esperar pela estratégia perfeita: enquanto você planeja demais, alguém já está executando. A ação, acompanhada de visão estratégica, é o que constrói resultados no longo prazo. 

Gabriela (FGV EPPG): Aprendi que a carreira não é linear e que a adaptabilidade é essencial. Profissionais experientes me ensinaram que, além do conhecimento técnico, a capacidade de ouvir, aprender com erros e se reinventar faz toda a diferença. A evolução da profissão também trouxe a necessidade de entender tecnologia, gestão de pessoas e impacto social, o que exige um olhar mais amplo do que o que se aprende apenas na sala de aula.  

Alyne (FGV EBAPE): Minha profissão é relativamente recente, mas extremamente dinâmica. A inquietação e a constante busca por atualização em relação às novas tendências e tecnologias fazem parte do dia a dia de quem atua nessa área. É essencial estar em constante reinvenção, desenvolvendo novas habilidades de acordo com os avanços tecnológicos. Além disso, as ferramentas digitais se tornaram aliadas fundamentais na gestão de projetos. Saber utilizá-las da melhor forma possível, com foco na organização e na eficiência, é indispensável para obter bons resultados em um ambiente que exige agilidade e adaptação contínua.  

- Dicas para futuros profissionais 

Que dicas você daria para novos estudantes sobre como construir uma carreira alinhada com propósito? 

João Pedro (FGV EPPG): Aproveite as oportunidades que já estão ao seu redor. Muitas vezes, pensamos que o diferencial está apenas no talento, mas no longo prazo o que realmente importa é dedicação e consistência. 

Daniela (FGV EAESP): Invista em autoconhecimento e tenha coragem de fazer escolhas alinhadas aos seus valores. Teste áreas diferentes até encontrar seu espaço, e não se deixe guiar apenas por status ou retorno financeiro imediato. Uma carreira com propósito exige reflexão, mas traz realização a longo prazo. 

Gabriela (FGV EPPG): Busquem experiências reais desde cedo, questionem, saiam da zona de conforto e não tenham medo de errar. Encontrar propósito não é só sobre escolher uma área “certa”, mas sobre identificar onde você consegue gerar impacto de verdade e sentir que está contribuindo.  

Quais habilidades serão indispensáveis para os profissionais do futuro? 

João Pedro (FGV EPPG): Rapidez de aprendizado, domínio da tecnologia com criatividade e capacidade de se conectar com diferentes pessoas e oportunidades. 

Daniela (FGV EAESP): Resiliência, adaptação, conhecimento em finanças e tecnologia, além de colaboração multidisciplinar. O futuro será de quem souber unir técnica, inovação e propósito. 

Gabriela (FGV EPPG): Capacidade de adaptação, pensamento estratégico, comunicação clara, empatia e domínio de tecnologia. Profissionais que combinam competências técnicas com inteligência emocional e visão de impacto vão se destacar.  

Alyne (FGV EBAPE): Acredito que: gestão de projetos, metodologia ágil, noções de ferramentas de tecnologia, senso crítico, apresentação, power point, excel e gestão de pessoas  

 

Gostou das histórias dos alunso João Pedro, Daniela, Gabriela e Alyne? Você também pode transformar suas ideias em projetos reais com a graduação em Administração da FGV. 

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